A literatura é a abertura maior da imaginação, pois é através dela que os autores abrem seus corações para um mundo além das possibilidades humanas, mas não fazem uma viagem só, levam consigo todos os ávidos leitores.
Esta troca entre autor e leitor é que faz a magia da leitura, pois os textos são escritos sem destino certo, e acabam fazendo milagres onde quer que cheguem.Mesmo com esta proximidade toda, alguns gêneros literários se distanciam do grande público, talvez pelo conteúdo apresentado ou até pela forma de escrita a ser empregada em seus textos. No entanto, há outros que nascem do povo e se tornam tão populares que acabam por ser vendidos em feiras e praças. É o que ocorre com um grande representante da Literatura Nordestina, a famosa Literatura de Cordel.
No Brasil ela é conhecida como folheto, pois assim tornou-se popular, sendo escrita em pequenos livretos que eram pendurados em cordões, como varais, daí a origem de seu nome: Cordel, porém, por aqui, a tradição dos cordões não fixou raiz. A Literatura de Cordel tem grandes representantes, populares e ainda pouco conhecidos, mas todos muitos conceituados por sua escrita, cujo enredo são situações do cotidiano nordestino, com suas rimas e concepções linguísticas. A maioria dos poemas de cordel vem com ilustrações feitas em xilogravuras, o que aproxima ainda mais a história do leitor, além disso, ainda apresentam uma sistematização na construção dos versos, sendo mais usados os sextetos, octossílabos e decassílabos.
Além de escrever os versos, os poetas ainda recitam suas criações em praça pública e em diversas reuniões populares, tudo feito de forma cadenciada e melodiosa, contando com acompanhamento de violões, para animar e atrair os compradores dos Cordéis. Como esta literatura é extremamente famosa, em 1988 foi criada a Academia Brasileira de Literatura de Cordel, provando que o gênero é sério e merece todo respeito, assim como os demais.
Os autores nordestinos, em sua grande maioria, cresceram ouvindo o Cordel, e por isso, sofreram grande influência deles, valendo-se de suas rimas, suas estratégias de criação, seu vocabulário e muitos outros.
Os mais famosos deles são Patativa do Assaré, Leandro Gomes de Barros (considerado pioneiro nesse gênero literário), Francisco das Chagas Batista e João Martins de Athayde: Todos representantes da Literatura de Cordel; e ainda outros, que têm o gênero literário diferenciado como Graciliano Ramos, que como ninguém, soube retratar as agruras vividas pelo povo nordestino em seu célebre romance Vidas Secas. Além deles ainda podemos citar Jorge Amado, que mostrou a verdadeira face da Bahia em Capitães de Areia e Mar Morto, e ainda a beleza e a sensualidade da mulher brasileira em todos os seus romances, principalmente em Gabriela. Também representantes femininas descreveram o nordeste e seu povo, como Rachel de Queiroz, que traça um painel da condição feminina e de sua limitada margem de escolha, da dura e implacável realidade diante da opressão sexual e da total falta de esperanças no romance As Três Marias; e autores mais tradicionais como José de Alencar, que ajudou na construção da nacionalidade brasileira durante sua fase de formação, através do indianismo nas obras Iracema, O Guarani e Ubirajara. Há ainda Aluízio Azevedo, Ariano Suassuna, Gonçalves Dias, e ainda muitos outros.
A Literatura Nordestina merece todo apreço, pois nos deixou inúmeros representantes que enriqueceram ainda mais a Literatura Brasileira.
JORGE AMADO COMPLETA 100 ANOS
Quem foi Jorge Amado? Filho de João Amado de Faria e de D. Eulália Leal, Jorge Amado de Faria nasceu no dia 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, em Ferradas, distrito de Itabuna - Bahia. Aos 14 anos, começou a participar da vida literária de Salvador, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes, grupo de jovens que (juntamente com os do Arco & Flecha e do Samba) desempenhou importante papel na renovação das letras baianas. Entre 1927 e 1929, foi repórter no "Diário da Bahia", época em que também escreveu na revista literária "A Luva".
Estreou na literatura em 1930, com a publicação (por uma editora
carioca) da novela "Lenita", escrita em colaboração com Dias da Costa
e Édison Carneiro. Seus primeiros romances foram "O País do Carnaval"
(1931), "Cacau" (1933) e "Suor" (1934).
Jorge Amado bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais na Faculdade
de Direito no Rio de Janeiro (1935), mas nunca exerceu a profissão de advogado.
Em 1939, foi redator-chefe da revista "Dom Casmurro". De 1935 a 1944,
escreveu os romances "Jubiabá", "Mar Morto", "Capitães
de Areia", "Terras do Sem-Fim" e "São Jorge dos
Ilhéus".
Em parte devido ao exílio no regime getulista, Jorge Amado viajou pelo mundo e viveu na Argentina e no Uruguai (1941-2) e, depois, em Paris (1948-50) e em Praga (1951-2).
Em parte devido ao exílio no regime getulista, Jorge Amado viajou pelo mundo e viveu na Argentina e no Uruguai (1941-2) e, depois, em Paris (1948-50) e em Praga (1951-2).
Em 1945, foi eleito deputado federal pelo Partido Comunista Brasileiro,
por São Paulo, tendo participado da Assembléia Constituinte de 1946 e da
primeira Câmara Federal posterior ao Estado Novo. Nessa condição, foi
responsável por várias leis que beneficiaram a cultura. De 1946 a 1958,
escreveu "Seara Vermelha", "Os Subterrâneos da Liberdade" e
"Gabriela, Cravo e Canela".
Em abril de 1961, foi eleito para a cadeira número 23 da Academia Brasileira
de Letras (sucedendo Otávio Mangabeira). Na década de 1960, lançou as obras
"Os Velhos Marinheiros" (que compreende duas novelas, das quais a
mais famosa é "A morte e a morte de Quincas Berro d'Água"), "Os
Pastores da Noite", "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e
"Tenda dos milagres". Nos anos 1970, vieram "Teresa Batista
Cansada de Guerra", "Tieta do Agreste" e "Farda, Fardão,
Camisola de Dormir".
Suas obras foram traduzidas para 48 idiomas. Muitas se viram adaptados
para o cinema, o teatro, o rádio, a televisão e até as histórias em quadrinhos,
não só no Brasil, mas também em Portugal, França, Argentina, Suécia, Alemanha,
Polônia, Tchecoslováquia (atual República Tcheca), Itália e EUA.
Sua esposa, Zélia Gattai, é autora de "Anarquistas, Graças a Deus" (1979), "Um Chapéu Para Viagem" (1982), "Senhora Dona do Baile" (1984), "Jardim de Inverno" (1988), "Pipistrelo das Mil Cores" (1989) e "O Segredo da Rua 18" (1991). O casal teve dois filhos: João Jorge, sociólogo e autor de peças infantis; e Paloma, psicóloga.
Sua esposa, Zélia Gattai, é autora de "Anarquistas, Graças a Deus" (1979), "Um Chapéu Para Viagem" (1982), "Senhora Dona do Baile" (1984), "Jardim de Inverno" (1988), "Pipistrelo das Mil Cores" (1989) e "O Segredo da Rua 18" (1991). O casal teve dois filhos: João Jorge, sociólogo e autor de peças infantis; e Paloma, psicóloga.
Obrigado pela postagem me ajudou muiitooo ...
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